quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ícones


“O ícone, visto com os olhos do coração iluminados pela fé, nos abre para a realidade invisível, para o mundo do Espírito, para a economia divina, para o mistério cristão na sua totalidade ultraterrena. È lugar teológico” (Maria. Donadeo, em Os Ícones, Imagens do Invisível, p. 20).

A palavra ícone deriva do grego eikón que significa imagem. São representações de Jesus Cristo, cenas de sua vida, da Virgem e dos santos venerados pela Igreja.


A iconografia é uma arte sagrada, espiritual tanto em sua essência quanto em seus objetivos. São João Damasceno, em sua defesa dos santos ícones, chama a atenção para suas funções na vida espiritual dos cristãos ortodoxos:

1) Os ícones são meios de honrar a Deus, seus Santos e os santos anjos.
2) Eles servem como instrumentos para a instrução na Fé Cristã e nos ensinamentos da Igreja.
3) Eles nos relembram desses ensinamentos.
4) Eles nos elevam aos protótipos, aos personagens ali representados e a um nível mais elevado de pensamento e sentimento.
5) Eles promovem a virtude e nos auxiliam evitar os vícios, despertando em nós o desejo de imitar esses personagens sagrados.
6) Eles contribuem com a nossa santificação.
7) Eles aumentam a beleza de uma igreja.

Atualmente, a principal função dos ícones não é a didática, isto é, oferecer um ensino religioso acessível a todos, ainda que analfabetos. O ícone depois de abençoado é um sacramental, isto é, um sinal da graça, eficaz em virtude dos poderes e da oração da Igreja. E nesse sentido é um poderoso auxílio na vida espiritual do cristão que o utiliza com respeito e com fé.
“Aquilo que o Evangelho nos diz com palavras, o ícone anuncia com cores e no-lo torna presente.” Representando o Cristo, a Mãe de Deus, os anjos ou os santos, ele os torna misteriosamente presentes e nesse aspecto ele difere de um quadro. Diz a resolução do VII Concílio Ecumênico:

“O ícone é para nós ocasião de um encontro pessoal, na graça do Espírito, com aquele que ele representa... Quanto mais o fiel olha os ícones, mais se recorda daqueles que estão ali representados e se esforça por imitá-los. Aos ícones ele testemunha respeito e veneração, mas não adoração, que é devida unicamente a Deus.”.

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