Kénosis

A radicalidade do Evangelho exige que eu esteja livre do racionalismo, do pensamento lógico humano...

Somos chamados a nos lançarmos na loucura do Amor ágape. Amor que não se mede, que se dá incansavelmente, ininterruptamente, amor que toma prejuízo, que faz injustiça a si mesmo e que parece ser tão contraditório. Mas aí mora a felicidade de amar: não reter a vida. "É próprio do Amor abaixar-se" Parece loucura sim, mas é fonte de vida, quando buscamos usar de todos os meios para dar o nosso tesouro guardado, a maior riqueza da alma: o próprio Cristo. Ele é o que nossa alma anseia eternamente. Ele sim nos sacia inteiramente, profundamente... A face de Deus é o Amor! Amor revelado na vida ofertada de Cristo Ressuscitado que passou pela cruz. Aí temos sentido de vida, alegria sem fim, plenitude. Pois, maior é aquele que serve a todos. Feliz é quem por amor se faz servo, se rebaixa, se dá para a felicidade dos que estão em volta. Se Deus me ama e se dá todo a mim, como não querer amá-lo? E qual a forma de amar a Deus concretamente se não nos outros? Como não querer me dar inteiramente como Ele? "Em mim está o querer mas não o poder vivê-lo" Se Amar é algo tão sobrenatural não posso vivê-lo com minhas forças! Mas se O Espírito que é o movimento de Amor em mim agir, aí sim é possível! A graça de Deus em sua primazia me capacita a viver o esquecimento de mim mesma e a viver essa kénosis. Encher as talhas e levar para que Ele realize. No sim de cada dia andar na via do Amor, que é a mais difícil, mas que é a mesma Via de Cristo, caminho da árvore da cruz que nos dará saborosos frutos de Ressurreição, de Eternidade, de Vida