quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pra começar desabafando, sei que ninguém se importa mesmo.
É, acho que nem eu sei o que acontece aqui dentro. Mas Deus sabe.

Por mais que exista dentro em mim uma alegria que vem do alto, a depressão ainda existe.
Tenho esperança e confiança em Deus, isso é o que me move ainda, no entanto minhas limitações impedem que eu veja um pouco mais além.

Sempre senti um vazio imensurável. Sempre. Desde que me entendo por gente, se é que posso assim dizer. O vazio inexplicável da solidão, do abandono, da carência familiar e fraterna. Não quero culpar ninguém, sei que se não se aproximam é por culpa minha também, sou uma ostra...talvez uma ilha...
Ainda que hoje me sinta realizada pela minha nova família, as cicatrizes ainda sensíveis da minha história volta e meia me doem a alma. Sei que cada um tem seus problemas que que nenhum ser é pronto e como é difícil aceitar e viver isso!
Eu sou frustrada em tantos campos da minha vida que hoje posso perceber que o que tem me feito continuar é mais do que qualquer coisa minhas filhas, meus frutos...
Sempre tive entranhado em mim um pecado que posso tornar público: o desejo de morte. A sensação de ser imprestável e solitária fez com que eu sempre pensasse que nunca faria falta, que sempre fui um incomodo aos poucos que estão próximos.
Existe ao meu redor uma espécie de condenação que volta e meia quer me puxar pra baixo e tantas vezes consegue...
Hoje minha alegria é a maternidade e o matrimônio, não que sejam perfeitos, mas é o que me dá forças, e costumo dizer que é como Deus se faz presente na minha vida para me curar de tantas coisas...e talvez me fazer ser o que eu realmente devo ser.

Sempre me perguntei o que eu tenho de bom para oferecer, até hoje não achei respostas... Na lembrança e na saudade tantos que passaram por minha vida e não fizeram questão de voltar...tanta coisa já tentei fazer e ficaram inacabadas...
Só Deus sabe quantas lágrimas derramadas...e sem que eu entendesse o real motivo.
Nas costas um complexo de culpa e uma alto estima no chão...nem sei porque tudo isso.
Não sei porque tudo parece tão errado...porque nao sei acertar.
Os remédios depressivos não me curaram, nem vão...nem vale a pena gastar dinheiro com isso...mas creio que o que já foi superado com orações e ações deve ser exemplo para que eu nao desista... Deus é por nós!

Acho que minha história se transforma a medida que eu permito...e venço os meus limites. é o que tenho tentado, acreditem ou não...digo isso porque sempre tem pessoas querendo passar na minha cara o que é ruim em mim. Mas quero espelhos que me mostrem o que é bom e belo e se esse lado meu nao existe, que me ajudem a construir porque eu nao sei por onde começar...

Amo ser mãe, amo ser família, amo arte, amo música, gosto de pessoas que me fazem rir, gosto de tranquilidade, gosto de fazendas, casa de campo, frutas e tantas outras coisas...ai...mas a pergunta é, alguém se importa?

Quero partilhar isso, não sei se terei algum tipo de retorno, mas escrever sempre ajudou a aliviar o peso...

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